sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A CURA DO PARALÍTICO DE CAFARNAUM

A CURA DO PARALÍTICO DE CAFARNAUM


Por Ariovaldo Ramos

Marcos 2:1 a 12
Porque, fé, é crer nas possibilidades que existem, quando vamos à presença de Jesus Cristo. É por isso que o livro de Hebreus diz que, quem se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e que Ele se torna galardoador daqueles que O buscam.
Deus é assim. Quando você leva a Ele um pedaço de madeira quebrada, Ele a devolve inteira, como se esta nunca tivesse tido sequer uma lasquinha, quanto mais uma quebradura.
Deus é assim. Quando você leva a Ele um pavio que está se apagando, Ele o devolve como uma labareda. E uma labareda que incendeia pela eternidade!
Que bom que os amigos daquele moço paralítico sabiam onde levá-lo, como ajudá-lo e se dispuseram a carregá-lo.
Que bom que esses amigos não sonegaram os seus dons... Sim, porque há amigos que se dispõem a ir com a gente até um determinado ponto, mas quando chegam e se deparam com a situação, e se dão conta de que para ajudar o sujeito, mesmo, vão ter que dispor dos seus dons, da sua capacidade, do seu trabalho, do seu sacrifício, eles param.
Aqueles amigos, quando viram a multidão, com gente “saindo pelo ladrão”; tanta gente que não havia nem lugar para sentar, poderiam ter dito para o moço: “É companheiro, vai ficar para a próxima. Todas as portas estão fechadas”, e fechadas por gente, o que é muito pior. Porque quando as portas estão apenas trancadas, sempre se pode derrubá-la. Às portas, às janelas, seja qual for o obstáculo. Mas, quando gente decide atrapalhar, quando gente decide ser o problema, a obstrução do caminho, a obstrução do caminho, daí então, só Deus! Porque, lidar com gente não é fácil... Deus que o diga!
Eles poderiam ter dito ao paralítico: Quando Ele voltar à cidade, a gente chega antes. Quando Ele entrar na casa a gente já vai estar lá.
Que bom que eles não pensavam assim. Que bom que eles dispuseram seus dons, seus talentos, seus recursos para ajudar o amigo. Que bom que eles se dispuseram ao sacrifício, que bom que eles disseram: “Já que não tem uma porta aberta, vamos fazer uma. E vamos fazer no teto, porque o único jeito de fazer porta fácil é no teto”. É só arrancar a cobertura, e naquele tempo nem telha era.
Você é um amigo assim? Disposto a abrir portas onde elas não existem? Você é um amigo assim? Pronto a dar do que você sabe, e tem, para criar portas? Afinal, há tanta gente que só precisa de uma porta aberta...
Você é assim? E Você tem amigos assim? Que bom que os amigos daquele moço eram do tipo que abriam portas. E que garatoda boa, eficiente! Um teve a idéia, outro já foi providenciar a corda, um terceiro ficou lá com ele dizendo: “Calma que nós estamos dando um jeito. Você vai chegar lá!”
Aí, o mais magrinho deles deve ter subido ao telhado, por causa da fragilidade do teto. E os outros, sempre trabalhando em equipe e com a mesma motivação, conseguiram prendê-lo bem, içá-lo, depois, com todo o cuidado, descer o leito na presença de Jesus.
Que bom que eles colocaram os seus talentos, seus dons, seus recursos, em favor daquele amigo necessitado!
Você sabia que Deus nos dá dons, talentos e recursos para isto? Há tanta gente necessitada... É por isso que você tem tantos dons! Não sei porque “cargas d’água”, Deus resolveu fazer com que eu e você, de vez em quando, tivéssemos um experiência como a dEle. É como se Ele dissesse: “Eu vou lhe dar uma grande oportunidade. Eu vou fazer você experimentar a alegria que Eu experimento. Eu vou deixar você fazer o papel de Deus para alguém. Eu vou lhe dar tantos recursos, que quando as pessoas baterem à sua porta, você vai poder fazer como Eu. Você vai poder abençoá-las, e aí vai descobrir o que Eu sinto quando abençôo você. Vai descobrir o que é que motiva o meu coração a abençoá-lo. Vai descobrir a alegria de agir como Eu. Vou lhe dar uma oportunidade de agir como Deus na vida de alguém. Mas não o Deus judicial que você gostaria de ser, não. Essa qualidade pode deixar comigo, que sou misericordioso e sei como fazê-lo. Como você não o é, melhor isto você não experimentar.
Mas, que coisa chata! É justamente isso que a gente quer experimentar o tempo todo! Essa capacidade divina de fazer cair logo do céu e dizimar os nossos adversários. Este é o poder que a gente quer experimentar todos os dias – a capacidade divina de julgar, de dizer: culpado! É desse poder que a gente gosta. Mas aí Deus diz: “Não. Não vou deixar! Você não tem a misericórdia que Eu tenho e quem não conhece a misericórdia, jamais conhecerá a justiça, porque não há justiça onde não há misericórdia. Não há justiça onde não há amor. Não há justiça onde não há perdão. Então, deixe isto comigo. Mas Eu vou te dar uma outra chance. A chance de ser abençoador. Você vai experimentar o que eu experimento!” Que bom que os amigos desse moço agiram como se soubesse disso; como se aquele obstáculo fosse a grande oportunidade que tinham de experimentar, ainda que um pouquinho, o que significa ser um Deus abençoador. E aquele grupo de amigos levou o moço à presença de Jesus. Ora, na presença de Jesus, tudo é festa! Quem precisa ser perdoado, o será; quem precisa ser curado, o será. Jesus reagiu à fé do moço e dos seus amigos. Fé é assim, arregaça as mangas. Quem crê, arregaça as mangas. Quem crê que é possível transformar uma vida, vai ao encontro da vida. Por isso Tiago diz que fé tem que ter obras, senão, é morta. E Jesus viu a fé desses meninos e disse para o moço: “Filho, perdoados estão os teus pecados!” As pessoas ficaram bravas... Muita gente fica brava quando há perdão. Há uma grande disposição nos seres humanos de condenar, de acusar, de exterminar, de matar. Há quem ache que perdão sempre, é demais. E Jesus o perdoou... Porque é assim... As vezes a luta do nosso amigo só vai ser vencida se ele for perdoado. E o perdão cura!
Há alguém precisando de seu perdão? Perdoe para que ele possa andar de novo.
Há alguém a quem você precisa pedir perdão? Então, se apresse em pedi-lo para que você possa andar de novo. Jesus pega nossa maior fraqueza e a transforma no nosso maior troféu...
A cama era a marca da derrota daquele homem. Quem é o sujeito? É aquele que não sai da cama. Ele não tem alternativas, só pode ficar sobre a cama, e agora, depois do encontro com Jesus, quem é o sujeito? É aquele que carrega sua cama! Antes, ele era carregado sobre ela, agora ele é quem a carrega porque Jesus Cristo age assim. Ele pega sua maior fraqueza e a transforma no seu maior troféu.
Eu não canso de contar a história de um amigo do “Jovens da Verdade” que foi ladrão. Ele tinha diversas passagens pela prisão e um dia teve um encontro com Jesus, se converteu. Ele tornou-se uma das pessoas mais honestas que conheço. Você poderia entregar o que tivesse de mais valioso em suas mãos que estaria seguro. A sua fraqueza tornou-se o seu maior troféu!
Vale a pena acreditar nas possibilidades que as pessoas têm quando são colocadas na presença de Jesus Cristo. Gosto de pensar que esses amigos representam a Igreja de Jesus Cristo. Porque Ele a fundou para ser uma nação de amigos. Uma nação de gente que se carrega mutuamente.
Jesus Cristo não fundou sua Igreja para ter uma nação de juizes. Jesus Cristo fundou sua Igreja para ter uma nação de sacerdotes. E o sacerdote é, antes de tudo, um amigo. Ninguém pode ser sacerdote se, antes, não for um amigo.
É lamentável ver que, nos nossos dias, muitos que se chamam (ou são chamados) de “sacerdotes” são tudo, menos, amigos. São tudo, menos gente com quem se pode contar. É impossível alguém ser sacerdote se, antes, não for aquele que carrega, aquele que leva o outro a ser perdoado.
A Igreja de Jesus Cristo tem esse chamado: a amizade. Sua esposa sabe que casou com um amigo? Seu esposo sabe que casou com uma amiga? Seu filho sabe que tem um pai que é amigo, uma mãe que é amiga? Seu pai sabe que tem um filho que é amigo, uma filha que é amiga, com quem ele sempre pode contar e que sempre vai ser as coisas de um lado positivo, e sempre vai ser um estímulo?
O sonho de Deus é ter um mundo de amigos. O sonho de Jesus Cristo é ter uma Igreja de amigos. Que o meu sonho e seu sonho seja ser o de “ser amigo”, porque há coisas que a gente não faz sem amigos. Há lugares que a gente não vai sem amigos, há coisas que a gente não alcança sem amigos. O sonho de Deus é uma Igreja de amigos, um mundo de amigos...
Eu queria desafiá-lo a buscar ser amigo de alguém; queria desafiar você que está sozinho, a pedir amigos à Deus; queria desafiá-lo a abrir o seu coração e a colocar os seus dons à disposição dos amigos. Queria desafiar você a ser alguém que se dispõe a ser amigo; que pede ajuda aos amigos; que pede ajuda, não que, explora, os amigos.
Um “mundo de amigos”, é isso o que a Igreja de Jesus Cristo tem de ser, foi isso que Jesus Cristo veio construir na Sua cruz e na Sua ressurreição: trazer aos homens à paz e à amizade nEle.